sexta-feira, 8 de março de 2013

Oṣàlúfọ́n






O grande Òrìṣà, ocupa uma posição única e inconteste do mais importante orixá e o mais elevado dos deuses yorubás.

É o dono da argila e da criação, onde molda os seres humanos em barro.

Senhor do silêncio, do vácuo frio e calmo, onde as palavras não podem ser ouvidas. Por apreciar muito o vinho de palma, embriagando-se freqüentemente, perdeu a chance de criar a terra e tornou-se responsável pela moldagem das pessoas e ficou proibido de beber o vinho.

Teimoso, às vezes passa por cima dessas regras. Pessoas com defeitos de nascença, provocados por ele, lhe pertencem.

Ele as protege para se redimir. Muda de nome conforme a situação.

Lento como um caramujo, todo de branco como seu ritual exige, é conhecido como Oṣàlúfọ́n.

Enérgico e guerreiro, de colar branco com azul real, é Oṣoguian. Em todas versões é orixalá, obatala o rei do pano branco.



Arquétipos

Os filhos deste orixá são pessoas calmas e dignas de confiança. São dotados de grande sabedoria, pois estão sempre buscando os significados de tudo o que ocorre ao seu redor, não cansam de estudar e buscar o conhecimento.

Os filhos de Oṣàlúfọ́n (velho) possuem tendência a serem preguiçosos.

O trabalho braçal não os atraí, preferem buscar lugares onde possam colocar as suas idéias e projetos em atividade. Extremamente responsáveis, são ótimos projetistas e organizadores. Seus principais defeitos são: preguiça, teimosia e lentidão. Por serem calmos, nunca se deve abusar da paciência, pois quando acaba...

Os filhos de Oṣoguian já são mais ativos, guerreiros, alegres e trabalhadores. São incanssãveis em seus ofícios e projetos, possuem também tendências ao estresse por se darem demais as suas funcões.

Responsáveis como ninguém. Assim como Oṣàlúfọ́n(velho) também são teimosos orgulhosos e inteligentes.

São os famosos senhores do tudo ou nada. Ou dá certo ou não. Seja nos negócios no amor e nas amizades.


Lendas

Oṣàlúfọ́n era um rei muito idoso. Um dia, sentindo saudades do filho Ṣàngó, resolveu visitá-lo. Como era costume na terra dos orixás, consultou um babalaô para saber como seria a viagem. Este recomendou que não viajasse.

Mas, se o orixá teimasse em ver o filho, foi instruído a levar três roupas brancas e limo da costa ( pasta extraída do caroço de dendê ) e fazer tudo o que lhe pedissem assim como, jamais revelar sua identidade em qualquer situação.

Com essas precauções, o orixá partiu e, no meio do caminho encontrou Èṣù elepô, dono do azeite-de-dendê, sentado a beira da estrada, com um pote ao lado. Com boas maneiras, ele pediu a Oṣàlúfọ́n que o ajudasse a colocar o pote nos ombros. O velho orixá, lembrando as palavras do babalaô, resolveu auxiliá-lo; mas Èṣù elepô, que adora brincar. Derramou todo o dendê sobre Oṣàlúfọ́n.

O orixá manteve a calma, limpou-se no rio com um pouco do limo, vestiu outra roupa e seguiu viagem. Mais adiante encontrou Èṣù onidu, dono do carvão e Èṣù aladi, dono do óleo do caroço de dendê. Por duas vezes mais, foi vitima dos brincalhões e procedeu como da primeira vez, limpando-se e vestindo roupas limpas, continuando sua caminhada rumo ao reino de Ṣàngó.

Ao se aproximar das terras do filho, avistou um cavalo que conhecia muito bem, pois presenteara Ṣàngó com o animal tempos atrás. Resolveu amarrá-lo para levá-lo de volta, mas foi mal interpretado pelos soldados, que julgaram-no um ladrão. Sem permitir explicações, e Oṣàlúfọ́n lembrando do conselho do babalaô de manter segredo de sua identidade, nada reclamou...

Eles espancaram o velho ate quebrar seus ossos e o arrastaram para a prisão. Usando seus poderes, Òṣàlà fez com que não chovesse mais desse dia em diante; as colheitas foram prejudicadas e as mulheres ficaram estéreis.

Preocupado com isso, Ṣàngó consultou seu babalaô e este afirmou que os problemas se relacionavam a uma injustiça cometida sete anos antes, pois um dos presos fora acusado de roubo injustamente. O orixá dirigiu-se a prisão e reconheceu o orixá. Envergonhado, ordenou que trouxessem água para limpá-lo e, a partir desse dia, exigiu que todos no reino se vestissem de branco em sinal de respeito ao orixá, como forma de reparar a ofensa cometida. É por isso que em todos os terreiros do brasil comemora-se as águas de Òṣàlà, cerimônia na qual todos os participantes vestem-se de branco e limpam seus apetrechos com profunda humildade para atrair a boa sorte para o ano todo.

Oṣàlúfọ́n tinha um filho chamado Oṣoguian, muito valente e guerreiro que almejava ter um reino a todo custo. Era um período de guerras entre dois reinos vizinhos e seus habitantes perguntavam sempre aos babalaôs o que fazer para que a paz voltasse a reinar. Um dos sacerdotes respondeu que eles deveriam oferecer ao orixá da paz, que se vestia de branco, como uma pomba, muito inhame pilado, comida de sua preferência.

Oṣoguian, cujo nome significa "comedor de inhame pilado", apreciava tanto essa comida que ele próprio inventou o pilão para fazê-la. Depois que as oferendas foram entregues, tudo voltou as boas. Oṣoguian tornou-se conhecido por todos e conseguiu seu próprio reino. Ate hoje são oferecidas grandes festas a esse orixá para que haja fartura o ano todo. Òṣàlà é o detentor do poder genitor masculino. Todas suas representações incluem o branco. E um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a protoforma e a formação de todo tipo de criaturas no AIYE e no Òrun. Ao incorporar-se, assume duas formas: Oṣoguian jovem guerreiro, e Oṣàlúfọ́n, velho apoiado num bastão de prata (APAXORÓ). Òṣàlà é alheio a toda violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza. Sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a Òṣàlà os metais e outras substâncias brancas. Na África, todos os Orixás relacionados a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Fun Fun. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá(Òrìsanlà), ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado cmo Ọbàtálá, rei do pano branco. Eram cerca de 154 Orixás Fun Fun, mas no Brasil a quantidade se reduz significativamete, sendo que dois, Orixá Olùfón, rei de Ifón (Oṣàlúfọ́n), Orixá Ógìyán, o comedor de inhame e rei de Egigbó(Oṣoguian), tornaram-se suas expressões mais conhecidas.A designação de Orixá Fun Fun se deve ao fato de a cor branca configurar-se como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O brando representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. O nome Orisanlá foi contraído e deu orígem a palavra Òṣàlà, e com esse nome o grande Deus-pai passoua ser conhecido no Brasil. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Òṣàlà e divididos em várias qualidades de suas duas configurações principais: Òsálufón, Osagiyan, sendo este último, jovem e grerreiro, filho do primeiro mais velho e paciencioso.Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Òṣàlà, que foi o primeiro Orixá concebido por Olódùmarè e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres, todas as coisas que existiriam no mundo.A maior interdição de Òṣàlà é de fato o azeite-de-dendê, que jamais deve macular suas roupas, seus objetos sagrados, e muito menos o seu Alá. A única coisa vermelha que Òṣàlà permite, é a pena de Ikodidè, prova de sua submissão ao poder genitor feminino. Epó kété ó, Alà telè ó Epó kété ó, Alà telè ó.Evite o dendê, evite pisar no Alá Evite o dendê, evite pisar no Alá. O Alá representa a própria criação, está intimamente relacionado a concepção de cada ser; é a síntese do poder criador masculino. Sua função primeira já remete ao seu significado profundo. A ação de cobrir não evoca somente proteção, zelo, denota a atividade masculina no ato sexual. No Xirê Òṣàlà é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade, o único Orixá que, como Èṣù, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos, já que a humanidade vive sob o meso teto, o grande Alá que nos cobre e protege o céu.



Caracteristicas

Animais Pomba Branca, Caramujo, coruja branca
Bebida Água mineral, ou vinho branco doce ou vinho tinto doce.
Comidas Canjica, Acaçá, Mungunzá.
Cor Branco
Data Comemorativa 25 de Dezembro
Dia da Semana Sexta-Feira.
Elemento Ar
Essências Aloés, almíscar, lírio, benjoim, flores do campo, flores de laranjeira.
Fio Contas e Missangas brancas e leitosas. Firmas Brancas.
Flores Lírios brancos e todas as flores que sejam dessa cor, as rosas de preferência sem espinhos.
Incompatibilidades Vinho de palma, dendê, carvão, roupa escura, cor vermelha, cachaça, bichos escuros, Lâminas
Instrumento Opaxorô
Metal Prata (Em algumas casas: platina, ouro branco).
Numero 10
Odu ÒFÚN Méji Ejiòkô
Pedras Diamante, cristal de rocha, perolas brancas.
Planeta Sol
Pontos da Natureza Praias desertas, colinas descampadas, campos, montanhas, etc...
Saudação Epa Babá
Saúde Não tem área de saúde específica, pois abrange todo nosso corpo e nosso espírito.
Símbolo Estrela de 5 pontas. (Em algumas casas, a Cruz)
Sincretismo Senhor do Bonfim
Toque Ìgbín


Folhas

Araçazeiro  (gúrọ́fà)
Coco  (àgbọn)
Fruta Pão  (gberebúùtù)
Mamão  (síbó)
Pêra
Tâmara  (èso ọ̀pẹ dídùn kan)
Tamarineiro (ajàgbọn)
Uva Branca  (àjara funfun)
Cara moela  (akan)
Macaxeira  (gbàgùúdá)
Mandioca  (ọgẹgẹ)
Agapanto
Agapanto Branco
Agrião do Pará  (awere pẹ́pẹ́)
Alecrim  (ewẹ́rẹ́)
Alecrim da Serra
Alecrim de Caboclo
Alecrim de Tabuleiro
Alecrim do Campo
Alfavaca  (efínrin nla)
Angélica
Aperta Ruão  (ìyèyé)
Baunilha verdadeira
Bétis Branco  (ewé boyí funfun)
Bétis Cheiroso  (ewé boyí)
Bétis Cheiroso  (ewé boyí)
Bisnagueira (igi orórù)
Boldo  (ewé bàbá)
Calistemo
Camélia
Camomila
Campainha
Cana de Macaco  (tẹ̀tẹ̀ ẹ̀gún)
Carnaúba
Caruru  (ewé tẹ̀tẹ̀)
Catinga de Mulata  (makasá)
Chapéu de Couro  (ewé ṣẹ́ṣẹ́rẹ́)
Cinco Folhas
Cipó Cravo
Colônia  (tọ́tọ́)
Cravo da Índia
Dama da Noite  (àlùkerẹsẹ)
Dendezeiro  (ọ̀pẹ)
Douradinha  (ewé epo)
Erva de Bicho  (eró igbin)
Erva de Jaboti  (rínrín)
Erva Prata  (ewé dìgì)
Erva Vintém (ewé okọ́wọ̀)
Espinheira Santa
Eucalipto Cidra
Fava de Tonca
Fava Pichuri
Folha da Costa  (ọ̀dúndún)
Folha da Fortuna  (àbámodá)
Funcho
Girassol
Guaco  (ójẹ́ dúdú)
Guandu  (òtilí)
Guanxima (àtòrì)
Hortelã da horta
Jasmim do Cabo
Laranjeira  (òrombó)
Língua de Vaca  (ewé enu malú)
Lírio do Brejo  (balabá)
Malva  (iso-obo)
Malva Cheirosa  (ewé pupa yo)
Malva do Campo  (asíkutá)
Mamona  (lárà)
Mamona Branca  (ewé lárà funfun)
Manjericão da Folha Miúda  (efínrín kékeré)
Manjericão de Folha Larga  (efínrín ata)
Mastruço
Mil em Rama
Milho Branco  (àgbàdo funfun)
Murta
Nenúfar Branco  (òṣibàtà)
Noz moscada  (ariwò)
Obí  (obí)
Obí  (àbidun)
Obí  (obí gbanja)
Obí  (obí edun)
Palmeira Abânico  (àgbọ̀n ẹyẹ)
Parietária  (ewé monan)
Sálvia  (ikiriwí)
Sangue de Cristo
Tabaco  (ewé tábà)
Trombeteira  (dàgìrì dobo)
Umbu
Espirradeira Branca
Algodoeiro  (igi òwú)
Algodoeiro Americano  (ela òwú)
Algodoeiro Arbóreo  (òwú ẹlẹ́pà)
Amendoeira  (igi furuntu)
Coqueiro (àgbọn)
Estoraque Brasileiro
Karitê  (Òrí)
Mamão  (ìbẹ́pẹ)
Rosa Branca

Um comentário:

  1. Muito interessante,será que o senhor poderia publicar o itan de Bábà Ofuru conhecido também como(oxafurú, oxafurerê,Efurú,Ofurufu) onde conta se que ele foi praguejado por Iya mi Osoronga, e é por isso que entre uma saia branca e outra ele é obrigado a usar um faixa preta de tecido,Para lembra lo de sua vergonha;
    agradeço desde já,awure!

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