segunda-feira, 18 de março de 2013

Òṣùmàrè




Oxumare, (yoruba Òṣùmàrè) filho mais novo e preferido de Nanã, irmão de Ọmọlú. É uma entidade branca muito antiga, participou da criação do mundo enrolando-se ao redor da terra, reunindo a matéria e dando forma ao Mundo. Sustenta o Universo, controla e põe os astros e o oceano em movimento. Rastejando pelo Mundo, desenhou seus vales e rios. É a grande cobra que morde a cauda, representando a continuidade do movimento e do ciclo vital. A cobra é dele e é por isso que no Candomblé não se mata cobra. Sua essência é o movimento, a fertilidade, a continuidade da vida.

A comunicação entre o céu e a terra é garantida por Òṣùmàrè. Leva a água dos mares, para o céu, para que a chuva possa formar-se - é o arco-íris, a grande cobra colorida. Assegura comunicação entre o mundo sobrenatural, os antepassados e os homens e por isso à associa do ao cordão umbilical.

Òṣùmàrè é um Orixá bastante cultuado no Brasil, apesar de existirem muitas confusões a respeito dele, principalmente nos sincretismos e nos cultos mais afastados do Candomblé tradicional africano como a umbanda. A confusão começa a partir do próprio nome, já que parte dele também é igual ao nome do Orixá feminino Ọ̀ṣun, a senhora da água doce. Algumas correntes da Umbanda, inclusive, costumam dizer que Òṣùmàrè é uma das diferentes formas e tipos de Ọ̀ṣun, mas no Candomblé tradicional tal associação é absolutamente rejeitada. São divindades distintas, inclusive quanto aos cultos e à origem.

Em relação a Òṣùmàrè, qualquer definição mais rígida é difícil e arriscada. Não se pode nem dizer que seja um Orixá masculino ou feminino, pois ele é as duas coisas ao mesmo tempo; metade do ano é macho, a outra metade é fêmea. Por isso mesmo a dualidade é o conceito básico associado a seus mitos e a seu arquétipo.

Essa dualidade onipresente faz com que Òṣùmàrè carregue todos os opostos e todos os antônimos básicos dentro de si: bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo, etc.

Nos seis meses em que é uma divindade masculina, é representado pelo arco-íris, sendo atribuído a Òṣùmàrè o poder de regular as chuvas e as secas, já que, enquanto o arco-íris brilha, não pode chover. Ao mesmo tempo, a própria existência do arco-íris é a prova de que a água está sendo levada para os céus em forma de vapor, onde se aglutinará em forma de nuvem, passará por nova transformação química recuperando o estado líquido e voltará à terra sob essa forma, recomeçando tudo de novo: a evaporação da água, novas nuvens, novas chuvas, etc.

Nos seis meses subseqüentes, o Orixá assume forma feminina e se aproxima de todos os opostos do que representou no semestre anterior. É então, uma cobra, obrigado a se arrastar agilmente tanto na terra como na água, deixando as alturas para viver sempre junto ao chão, perdendo em transcendência e ganhando em materialismo. Sob essa forma, segundo alguns mitos, Òṣùmàrè encarna sua figura mais negativa, provocando tudo que é mau e perigoso.

Não podemos nos esquecer de que tanto na África, como especialmente no Brasil, a população negra, foi continuamente assediada pela colonização branca. Uma das formas mais utilizadas por jesuítas para convencer os negros, era a repressão física, mas para alguns, não bastava o medo de apanhar. Eles queriam a crença verdadeira e, para isso, tentaram explicar e codificar a religião do Orixás segundo pontos de vista cristãos, adaptando divindades, introduzindo a noção de que os Orixás, seriam santos como os da Igreja Católica. Essa busca objetiva do sincretismo sem dúvida foi esbarrar em Òṣùmàrè e na cobra - e não há animal mais peçonhento, perigoso e pecador do que ela na mitologia católica.

Por isso, não seria difícil para um jesuíta que acreditasse sinceramente nos símbolos de sua visão teológica. Reconhecer na cobra mais um sinal da presença dos símbolos católicos na religião do Orixás e nele reconhecer uma figura que só poderia trazer o mal.

Na verdade, o que se pode abstrair de contradições como as que apresenta Òṣùmàrè é que este é o Orixá do movimento, da ação, da eterna transformação, do contínuo oscilar entre um caminho e outro que norteia a vida humana. É o Orixá da tese e da antítese. Por isso, seu domínio se estende a todos os movimentos regulares, que não podem parar, como a alternância entre chuva e bom tempo, dia e noite, positivo e negativo. Conta-se sobre ele que, como cobra, pode ser bastante agressivo e violento, o que o leva a morder a própria cauda. Isso gera um movimento moto-contínuo pois, enquanto não largar o próprio rabo, não parará de girar, sem controle. Esse movimento representa a rotação da Terra, seu translado em torno do Sol, sempre repetitivo- todos os movimentos dos planetas e astros do universo, regulados pela força da gravidade e por princípios que fazem esses processos parecerem imutáveis, eternos, ou pelo menos muito duradouros se comparados com o tempo de vida médio da criatura humana sobre a terra, não só em termos de espécie, mas principalmente em termos da existência de uma só pessoa. Se essa ação terminasse de repente, o universo como o entendemos deixaria de existir, sendo substituído imediatamente pelo caos. Esse mesmo conceito justifica um preceito tradicional do Candomblé que diz que é necessário alimentar e cuidar de Òṣùmàrè muito bem pois, se ele perder suas forças e morrer, a conseqüência será nada menos que o fim da vida no mundo.

Seu domínio se estende a todos os movimentos regulares que não podem parar, como a alternância entre o dia e a noite, o bom e o mal tempo (chuvas) e entre o bem e o mal (positivo e negativo).

Enquanto o arco-íris traz a boa notícia do fim da tempestade, da volta do sol, da possibilidade de movimentação livre e confortável, a cobra é particularmente perigosa para uma civilização das selvas, já que ela está em seu habitat característico, podendo realizar rápidas incertas.

Pierre Verger acrescenta que Òṣùmàrè está associado ao misterioso, a tudo que implica o conceito de determinação além dos poderes dos homens, do destino, enfim: É o senhor de tudo o que é alongado. O cordão umbilical, que está sob seu controle, é enterrado geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.



Características

Animais Cobra
Bebida Água Mineral

Comidas Batata doce em formato de cobra, bertalha com ovos
Cor Verde e amarelo (cores do arco-íris, ou, amarelo rajado de preto
Data Comemorativa: 24 de agosto
Dia da Semana Terça-feira
Elemento Água
Essências -
Fio de Contas Verde e amarelo
Flores Amarelas
Incompatibilidades sal, água salgada
Metal Latão (Ouro e Prata mesclados)
Numero 14
Odu Ika Meji
Pedras Ágata. Topázio,esmeralda, diamante
Planeta -
Ponto de Força  
Pontos da Natureza Próximo da queda da cachoeira.
Saudação Arrobobô
Saúde pressão baixa, vertigens, problemas de nervos, problemas alérgicos e de pele
Símbolo Cobra e Arco-Íris.
Sincretismo: São Bartolomeu






Folhas

Alcaparreira
Altéia
Angelicó
Araticum de Areia  (àbo)
Batata Doce  (ewé kúkúndùnkú)
Cavalinha
Coqueiro de Vênus  (ewé pẹ̀rẹ̀gún funfun)
Dormideira  (apẹ̀jẹ̀)
Dracena Listrada  (ewé pẹ̀rẹ̀gún lo)
Erva de Passarinho  (àfòmọ́)
Erva de Passarinho  (àfòmọ́)
Erva de Sangue
Erva Pombinha  (ewé bojútọ́na)
Folha da Riqueza  (ewé ajé)
Gravíola  (ẹ̀kò òyìnbó)
Ingá-bravo  (àpàpó)
Jibóia  (ewé dan)
Leiteirinho  (ewé bonokó)
Língua de Galinha  (àlùpàyídá)
Língua de Galinha  (àlùpàyídá)
Malva Rosa
Melão de São Caetano  (ẹ́jìnrìn)
Samambaia de Poço  (òmun)
Tomate (tòmátì)
Jaqueira  (àpaòká)




Atribuições


Òṣùmàrè, é a renovação continua, mas em todos os aspectos e em todos os sentidos da vida de um ser. É a renovação do amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Ọ̀ṣun e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme. Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a outra religião, cuja doutrina o auxiliará a evoluir no caminho reto.

Qualidades

Dan - Corresponde ao nome Jeje de Òṣùmàrè e, no Alakétu, constitui uma qualidade deste último: é a cobra que participou da criação. É uma qualidade benéfica, ligada à chuva, à fertilidade e à abundância; gosta de ovos e de azeite de dendê. Como tipo humano, é generoso e até perdulário.
Dangbé - É um Òṣùmàrè mais velho que seria o pai de Dan; governa os movimentos dos astros. Menos agitado que Dan, possui uma grande intuição e pode ser um adivinho esperto.
Becém - Dono do terreiro do Bogun, veste-se de branco e leva uma espada. Becém é um nobre e generoso guerreiro, um tipo ambicioso, combativo de Òṣùmàrè, menos afectado e menos superficial que Dan. Aido Wedo, também é uma qualidade de Òṣùmàrè conhecida no Bogun.
Azaunodor - É o príncipe de branco que reside no Baobá, relacionado com os antepassados; come frutas e leva tudo de dois.
Frekuen - É representado pela Serpente mais venenosa. O lado masculino de Òṣùmàrè é geralmente representado pelo Arco-Íris.
O orixá possui ainda vários outros nomes na África como no Brasil, que como acontece com todos os outros Orixás, se referem a cidades, lendas ou cultos específicos de uma determinada região, e com isso ganha suas particularidades e costumes; alguns dessas outros nomes são: Akemin, Botibonan, Besserin, Dakemin, Bafun, Makor, Arrolo, Danbale, Foken, Darrame, Araka, Averecy, Akoledura e Bakilá.

Lendas de Òṣùmàrè

Como Òṣùmàrè se tornou rico

Òṣùmàrè era o babalaô da corte de um rei que, embora fosse rico e poderoso, não pagava bem seu sacerdote, que vivia na pobreza. certo dia, Òṣùmàrè perguntou a ifá o que fazer para ter mais dinheiro; ifá disse que, se ele lhe fizesse uma oferenda, ele o tornaria muito rico. Òṣùmàrè preparou tudo como devia mas, no meio do ritual, foi chamado ao palácio. não podendo interromper o ritual, ele não foi; então, o rei suspendeu seu pagamento. quando Òṣùmàrè pensava que ia morrer de fome, a rainha do reino vizinho chamou-o para tratar seu filho doente e, como Òṣùmàrè o salvou, a rainha pagou-o muito bem. com medo de perder o adivinho, o rei lhe deu ainda mais riquezas, e assim se cumpriu a promessa de ifá.


Orixá do arco-íris !!!


Certa vez, Ṣàngó viu Òṣùmàrè passar, com todas as cores de seu traje e todo o brilho de seu ouro. Ṣàngó conhecia a fama de Òṣùmàrè não deixar ninguém dele se aproximar. Preparou então uma armadilha para capturar Òṣùmàrè. Mandou uma audiência em seu palácio e, quando Òṣùmàrè entrou na sala do trono, os soldados chamaram para a presença de Ṣàngó e fecharam todas as janelas e portas, aprisionando Òṣùmàrè junto com Ṣàngó. Òṣùmàrè ficou desesperado e tentou fugir, mas todas as saídas estavam trancadas pelo lado de fora.

Ṣàngó tentava tomar Òṣùmàrè nos braços e Òṣùmàrè escapava, correndo de um canto para outro. Não vendo como se livrar, Òṣùmàrè pediu a Ọlọ́run e Ọlọ́run ouviu sua súplica. No momento em que Ṣàngó imobilizava Òṣùmàrè, Òṣùmàrè foi transformado numa cobra, que Ṣàngó largou com nojo e medo.

A cobra deslizou pelo chão em movimentos rápidos e sinuosos. Havia uma pequena fresta entre a porta e o chão da sala e foi por ali que escapou a cobra, foi por ali que escapou Òṣùmàrè.

Assim livrou-se Òṣùmàrè do assédio de Ṣàngó. Quando Òṣùmàrè e Ṣàngó foram feitos Orixás, Òṣùmàrè foi encarregado de levar água da Terra para o palácio de Ṣàngó no Orum (céu), mas Ṣàngó não pôde nunca aproximar-se de Òṣùmàrè.

Como Òṣùmàrè serve à Ọ̀ṣun e Ṣàngó

Quando Ṣàngó e Ọ̀ṣun quiseram se casar, perceberam que seria difícil viverem juntos, pois a casa de Ọ̀ṣun era no fundo do rio e Ṣàngó morava por cima das nuvens. então, resolveram arranjar um criado que facilitasse a comunicação entre os dois. falaram com Òṣùmàrè, que aceitou servir de mensageiro entre eles. só que, durante a metade do ano em que é o arco- íris, Òṣùmàrè levava as águas de Ọ̀ṣun para o céu; não chovia e a terra ficava seca. por isso, Òṣùmàrè resolveu que, nos seis meses em que fosse cobra, deixaria o serviço. nesse período, Ṣàngó precisa descer até Ọ̀ṣun, e então acontecem os temporais da estação das chuvas.


Livros

Título : O Cavaleiro do Arco-Íris
Autor : RUBENS SARACENI

Título : Oxumaré - O Arco-Íris Sagrado
Autor : Lurdes de Campos Vieira

Saiba Mais

Umbanda

Trono do Amor
Mistérios

O Mistério Serpente
Referências

Sociedade Espiritualista Mata Virgem
Templo de Umbanda Sagrada Sete Luzes Divinas






sexta-feira, 15 de março de 2013

Jàgún



"Épa elefon, Jàgún Arawará - Arawá Epá"

Jagun é um Òrìṣà ambicioso, luta para conquistar posição alta sem ver de que maneira… Apesar de ser Òrìṣà Funfun (branco), é considerado e cultuado como Santo de Guerra, “santo quente”, carrega uma lança prateada (Ọ̀kọ̀) na mão e um facão ou adaga na outra, e muitas das vezes dependendo do caminho de Jagun ele usa até um ofá nas mãos, pois conta se um itan que Òṣàlà o nomeia como o guerreiro de todas as armas veste-se somente de branco.

Jágun é Òrìṣà jovem, quase chega ser um menino adolescente de Ọbàtálá. Ligado a Ọbàtálá (Rei do pano branco), tem caminhos com Ògún Já, Oṣoguian – Ajagunãn, e Ayrá. Têm caminhos também com Yèmọnja e quase todas as Yabás, pois elas acalmam sua fúria.

Quem traz Jágun ao barracão é Oṣoguian. Ele é considerado o “protetor” e “guardião” de Oṣàlúfọ́n. Por ser considerado Òrìṣà Funfun (branco) não leva azeite de dendê, e sim azeite doce, banha de ori, adin e as vezes mel e de preferência a banha de Ori, suas comidas são todas brancas, aceita pipocas feitas na areia, bolas de inhame cozido, bolas de arroz, acaçá, obí funfun (claro), come também do Ebô (canjica) de Òṣàlà, assim como seus bichos também devem ser todos brancos, por ser ligado ao rei do pano branco (Ọbàtálá). Jágun dança com outros Orixás, acompanha na dança; Ògún e principalmente Oṣoguian e Oṣàlúfọ́n. A dança de Jágun é extremamente guerreira, começa com movimentos lentos, dança empunhando sua lança e adaga, seu momento de “êxtase” é quando salta e se sacode todo empunhando a lança de um lado para outro, tamanha é sua fúria guerreira nessa hora. Segundo as lendas, a lança prateada de Jágun, durante as batalhas e guerras, além de ser usada para proteção contra os males e feitiçarias e abrir os caminhos, deixava seus inimigos cegos após serem feridos por ela. Jagun, assim como Ògún, é um grande caçador, e por sinal foi ele quem ensinou seu irmão Ọ̀ṣọ́ọ̀si a caçar. Ele não deixa também de ser um guerreiro, assim é Jagun, um grande guerreiro, mas também um grande caçador. E algumas de suas cantigas relatam isso.
 


Conta o itan de Ogi-Ogbé/Okaran que existiam três irmãos: Já, Jágun e Ajagunãn. Eram três Guerreiros que pertenciam aos exércitos de Ọbàtálá, lutavam e venciam todas as guerras e batalhas em nome de Òṣàlà e eram os Guardiões deste Òrìṣà. Eram chamados de Guerreiros Brancos, por se vestirem somente com trajes brancos em homenagem a Ọbàtálá. Eram considerados invencíveis por sua bravura e coragem, nunca perderam uma batalha sequer. Sempre muito unidos, nunca se separavam. Mas um belo dia, os três irmãos guerreiros, foram guerrear contra a cidade de Ọ̀ṣun. Ọ̀ṣun com a grande sabedoria dos poderes de Ya mi, foi avisada que seu reino seria atacado. Ọ̀ṣun ficou desesperada e foi até Ifá para saber o que faria. Orumila mandou fazer um ebó, sacrificar oito Igbis a Òṣàlà e com o casco fizesse um pó e soprasse nas terras de Oṣogbo. Assim Ọ̀ṣun fez, quando os guerreiros chegaram para invadirem as terras, eles ficaram tontos e se perderam um do outro. Aí que Jagun foi para as terras de Omolú, Já para as terras de Ifé Ògún, e Ajagunã para as terras de Oṣoguian. Mas mesmo assim, os três irmãos sempre estão juntos, respondem um pelo outro, eles continuam a serem Guerreiros Brancos, ou seja, são considerados Orixás Funfun, e sempre ligados a Ọbàtálá, seus caminhos se cruzam… os três irmãos Guerreiros continuam nas batalhas, sempre guerreando pela Paz. Deram essa característica guerreira aos seus filhos. É por isso que o culto a Jagun foi assimilado ao de Omolú, sendo que depois disso conta o Itan que ele viveu alguns anos nas terras de Omolú e que lá encontrou uma linda mulher que também não era das terras, mas estava lá por outros motivos, e se apaixonou por ela, tiveram filhos e se amam até hoje, e essa linda mulher era Yewa. Lá, ele se juntou com o Òrìṣà Osayn e passou a ser um grande curandeiro, e em tempos de guerra ele cuidava dos guerreiros feridos com as porções e ervas mágicas que Osayn o ensinou. Jagun teve uma trajetória muito grande e bonita nas terras de Omolú, mas depois de anos retornou as terras do Ekiti-Efon, onde Ọ̀ṣun era rainha e Osagyan grande guerreiro e protetor do palácio e cidade de Ọ̀ṣun. Conta-se também que Jagun foi às terras de Oṣogbo, para destruir a cidade e buscar Ọ̀ṣun, pois Ọ̀ṣun tinha sua cidade onde era rainha Ekiti Efon, então por ordem de Olooke ele foi buscá-la. Depois de isso tudo ter acontecido, Jagun viveu anos nas terras de Omolu, Oṣoguian trouxe Ọ̀ṣun de volta para Ekiti-Efon, por isso muitos acabaram se equivocando ao falar que foi Oṣoguian quem deu as terras de Ekiti para Ọ̀ṣun, mas não foi isso que aconteceu, ele apenas trouxe Ọ̀ṣun de volta a terra onde ela nasceu e era dona junto com Olooke seu pai. Òrìṣà Olooke vendo o prejuízo que Jagun teve e o tempo que ficou em outras terras, por causa de seu pedido de buscar Ọ̀ṣun, intitulou Jagun Olu (Guerreiro senhor), para retribuir o tempo que Jagun ficou afastado de sua terra que tanto amava (Ekiti). Òrìṣà Jagun foi muito confundido com o culto à Omolu e Obaluaye, e foi por esse motivo que muitos de seus fundamentos se perderam, mas graças a Ọlọ́run, está sendo resgatado todos os preceitos e orôs. Jagun possui caminhos próprios, como Jagun Ọdẹ, Arawe, Agaba e outros….Jagun é um lindo Òrìṣà de grande valor e na verdade seu culto é separado de Obaluaye….

Características

Fio de Contas Usa contas brancas rajadas de preto e dependendo da qualidade, intercalada com contas brancas, gosta também de contas feitas de búzios e marfim.
Instrumento Ọ̀kọ̀ - Lança, Gbada - facão
Odu Ejionilê




Qualidades

Jagun Elewé - Ligado a família Unjí, esse caminho é o caminho que Jagun passou nas terras de Sapata e encontrou Orisá Ọ̀sónyìn e aprendeu a magia da cura e das folhas.Caminha com Ọ̀sónyìn.Sua ferramenta é um opere Ọ̀sónyìn prateado mas sem as folhas Faz Oro com Ọ̀sónyìn e ligado a Erinlẹ̀ e Ògún Já.Nesse caminho ele é muito guerreiro e ligado a cura e os mistérios de magia de Ìyámi Oṣoronga.
Jagun Alagba ou Jagun Abagba - Esse caminho de Jagun é muito melindroso,pois ele tem muita ligação com Ìyámi e Baba Egun.Pessoas desse caminho pelo menos tem que se tomar Bori ou Obi com Ejé dois vezes no ano.È um caminho muito quente,tem ligação com Yewa pois ele foi sua esposa e é bom arruma todas as Iyabás para acalmá-lo,alias todos os caminho é bom serca com muito Orisá Omi e Òṣàlà.Esse caminho é Ligado a Ajagunã e Já.Ele leva uma mão de pilão nas costas e mora no quarto de Orinssala ou em um quarto com Ajagunã/Betiode ou Betioco dependendo do Odu da pessoa e Já.Para mexer com esse Orisa independente de caminho tem que tratar bem de Ìyámi, Egun e Esú. Esse caminho de Jagun usa três ikeles um de Buzios,um de conta e outro de Branco de Osala.
Jagun Ọdẹ Ou Jagun Olodé - Ligado aos Odés.Inclusive mora no quarto dos Odés.Ligado a Ògún e Ọ̀ṣọ́ọ̀si.Ele usa um Ofá prateado.Faz Orô com Ọ̀ṣọ́ọ̀si e Ògún Já. Mas se arruma: Ọ̀ṣọ́ọ̀si,Otín e Logun Edé, Erinlẹ̀,Iya Otín ,Ajagunan Betiodé e Ògún..Ou seja ele é ligado a todos os Odés e mais ele sai também no abado de Ọ̀ṣọ́ọ̀si e nos mariows de Ògún.
Jagun Igbona - Ligaçao com Ayrá,nessa fase Jagun era lento como um igbí,que por isso Ayrá esquentou o casco do igbí para esquentalo E por isso nessa fase de Jagun é muito quente por se ligado aos Orisás do fogo.Ayrá e Oyá.
Jagun Agbá funfun - Ligado a Oṣàlúfọ́n, Yèmọnja e Oṣoguian. Esse caminho tem que fazer bastante oro a Ayrá pois ele é guerreiro mais é bem lento ....
Jagun Ajojí ou Jagun Seji Lonan - Ligado a Ògún, muito sanguinário. Ele é muito quente e guerreiro,nessa fazer Jagun usa mario ou abre caminho mara acalmá-lo.Faz orô com Ògún,esse caminho leva um ikele e umbigueira de ferro.Ligado a Esú Ona também..



Vocabulário - Yorubá

ÀJÁGÙN  n., div.   | àdjágùn  | Orixá Jagun
ÀJÁGÙN AGBAGBA  n., div.   | àdjágùn aguibaguiba  | [Jagun, Àjágùn]  Orixá Jagun
JAGUN  s.   | djagun  | guerrear
JÁGÙN  n., div.   | djágùn  | Orixá Jagun
JÁGÙN ẸLẸ́WÉ  n., div.   | djágùn éléué  | Avatar do Orixá Jagun
AJAGUN  adj.   | adjagun  | beligerante
AJAGUN  s.   | adjagun  | militante
AJAGUN  s.   | adjagun  | soldado
AJAGUN  s.   | adjagun  | guerreiro
ÀJÁGÙN  n., div.   | àdjágùn  | Orixá Jagun
ÀJÁGÙN  n., div.   | àdjágùn  | Epíteto de Ògún

Ọbalúwaìye







Ọbalúwaìye (Ọbalúwaìye, Obaluaê e Abaluaê), o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Ọmọlú o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência. No cotidiano significam a mesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesa força da natureza.

Na Umbanda, o culto é feito a Ọbalúwaìye, que se desdobra com o nome de Ọmọlú (os nomes se referem as fases míticas, onde o mesmo deus seria mais jovem ou mais velho). Orixá originário do Daomé. É um Orixá sombrio, tido entre os Yorubanos como severo e terrível, caso não seja devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através de gestos humildes, honestos e leais.

Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e Ọbalúwaìye estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto), que será recebido no útero materno assim que alcançar o desenvolvimento celular básico (órgãos físicos).

Ambos os nomes surgem quando nos referimos à esta figura, seja Ọmọlú seja Ọbalúwaìye. Para a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que representam tipos diferentes do mesmo Orixá.

Um dos mais temidos Orixás, comanda as doenças e, consequentemente, a saúde. Assim como sua mãe Nanã, tem profunda relação com a morte. Tem o rosto e o corpo cobertos de palha da costa, em algumas lendas para esconder as marcas da varíola, em outras já curado não poderia ser olhado de frente por ser o próprio brilho do sol. Seu símbolo é o Xaxará - um feixe de ramos de palmeira enfeitado com búzios.



Em termos mais estritos, Ọbalúwaìye é a forma jovem do Orixá Xapanã, enquanto Ọmọlú é sua forma velha. Como porém, Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente, a forma Ọbalúwaìye é a que mais se vê. Esta distinção se aproxima da que existe entre as formas básicas de Òṣàlà: Òṣàlà (o Crucificado), Oṣoguian a forma jovem e Oṣàlúfọ́n a forma mais velha.

A figura de Ọmọlú/Ọbalúwaìye, assim como seus mitos, é completamente cercada de mistérios e dogmas indevassáveis. Em termos gerais, a essa figura é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas. Faria parte da essência básica vibratória do Orixá tanto o poder de causar a doença como o de possibilitar a cura do mesmo mal que criou.

Em algumas narrativas mais tradicionalistas tentam apontar-se que o conceito original da divindade se referia ao deus da varíola, tal visão porém, é uma evidente limitação. A varíola não seria a única doença sob seu controle, simplesmente era a epidemia mais devastadora e perigosa que conheciam os habitantes da comunidade original africana, onde surgiu Ọmọlú/Ọbalúwaìye, o Daomé.

Assim, sombrio e grave como Iroko, Òṣùmàrè (seus irmãos) e Nanã (sua Mãe), Ọmọlú/Ọbalúwaìye é uma criatura da cultura jêje, posteriormente assimilada pelos Yorubas. Enquanto os Orixás Yorubanos são extrovertidos, de têmpera passional, alegres, humanos e cheios de pequenas falhas que os identificam com os seres humanos, as figuras daomeanas estão mais associadas a uma visão religiosa em que distanciamento entre deuses e seres humanos é bem maior. Quando há aproximação, há de se temer, pois alguma tragédia está para acontecer, pois os Orixás do Daomé são austeros no comportamento mitológico, graves e conseqüentes em suas ameaças.

A visão de Ọmọlú/Ọbalúwaìye é a do castigo. Se um ser humano falta com ele ou um filho-de-santo seu é ameaçado, o Orixá castiga com violência e determinação, sendo difícil uma negociação ou um aplacar, mais prováveis nos Orixás Yorubas.

Pierre Verger, nesse sentido, sustenta que a cultura do Daomé é muito mais antiga que a Yoruba, o que pode ser sentido em seus mitos: A antigüidade dos cultos de Ọmọlú/Ọbalúwaìye e Nanã (Orixá feminino), freqüentemente confundidos em certas partes da África, é indicada por um detalhe do ritual dos sacrifícios de animais que lhe são feitos. Este ritual é realizado sem o emprego de instrumentos de ferro, indicando que essas duas divindades faziam parte de uma civilização anterior à Idade do Ferro e à chegada de Ògún.

Como parte do temor dos Yorubas, eles passaram a enxergar a divindade (Ọmọlú/Ọbalúwaìye) mais sombria dos dominados como fonte de perigo e terror, entrando num processo que podemos chamar de malignação de um Orixá do povo subjugado, que não encontrava correspondente completo e exato (apesar da existência similar apenas de Ọ̀sónyìn). Ọmọlú/Ọbalúwaìye seria o registro da passagem de doenças epidêmicas, castigos sociais, já que atacariam toda uma comunidade de cada vez.



o Rei da Terra, é filho de NANÃ, mas foi criado por IEMANJA que o acolheu quando a mãe rejeitou-o por ser manco, feio e coberto de feridas. É uma divindade da terra dura, seca e quente. É às vezes chamado "o velho", com todo o prestígio e poder que a idade representa no Candomblé. Está ligado ao Sol, propicia colheitas e ambivalentemente detém a doença e a cura. Com seu Xaxará, cetro ritual de palha da Costa, ele expulsa a peste e o mal. Mas a doença pode ser também a marca dos eleitos, pelos quais Ọmọlú quer ser servido. Quem teve varíola é freqüentemente consagrado a Ọmọlú, que é chamado "médico dos pobres".



Suas relações com os Orixás são marcadas pelas brigas com Ṣàngó e Ògún e pelo abandono que os Orixás femininos legaram-lhe. Rejeitado primeiramente pela mãe, segue sendo abandonado por Ọ̀ṣun, por quem se apaixonou, que, juntamente com Iansã, troca-o por Ṣàngó. Finalmente Obá, com quem se casou, foi roubada por Ṣàngó.

Existe uma grande variedade de tipos de Ọmọlú/Ọbalúwaìye, como acontece praticamente com todos os Orixás. Existem formas guerreiras e não guerreiras, de idades diferentes, etc., mas resumidos pelas duas configurações básicas do velho e do moço. A diversidade de nomes pode também nos levar a raciocinar que existem mitos semelhantes em diferentes grupos tribais da mesma região, justificando que o Orixá é também conhecido como Sakpatá, Ọmọlú Jagun, Quicongo, Sapatoi, Iximbó, Igui.

Esta Grande Potência Astral Inteligente, quando relacionado à vida e à cura, recebe o nome de Ọbalúwaìye. Tem sob seu comando incontáveis legiões de espíritos que atuam nesta Irradiação ou Linha, trabalhadores do Grande Laboratório do Espaço e verdadeiros cientistas, médicos, enfermeiros etc., que preparam os espíritos para uma nova encarnação, além de promoverem a cura das nossas doenças.

Atuam também no plano físico, junto aos profissionais de saúde, trazendo o bálsamo necessário para o alívio das dores daqueles que sofrem.

O Senhor da ida é também Guardião das Almas que ainda não se libertaram da matéria. Assim, na hora do desencarne, são eles, os falangeiros de Ọmọlú, que vêm nos ajudar a desatar nossos fios de agregação astral-físico (cordão de prata), que ligam o perispírito ao corpo material.




Características

*Animais Galinha d’angola, caranguejo e peixes de couro, cachorro.
*Bebida Água mineral (vinho tinto)
*Comidas Feijão preto, carne de porco, Deburú - pipoca, (Abadô - amendoim pilado e torrado; latipá - folha de mostarda; e, Ibêrem - bolo de milho envolvido na folha de bananeira)
Sarapatel,Inhame com pipoca,Pipoca para Obaluaê,Aberém,Feijão Preto,Deburú
*Cor Preto e branco, Preto e Vermelho, Preto
*Data Comemorativa 16 e Agosto (17 de Dezembro)
*Dia da Semana Segunda-feira, Quarta-Feira no Batuque
*Elemento Terra
*Essências Cravo e Menta
*Fio de Contas Contas e Miçangas Pretas e Brancas leitosas.
*Flores Monsenhor branco
*Incompatibilidades Claridade,sapos
*Instrumento Ṣaṣara-ọwọ
*Metal Chumbo, Mercurio, Volátrio
*Número 8
*Odu ODI
*Pedras Obsidiana, Ônix, Olho-de-gato, Turmalina Negra
*Planeta Saturno
*Ponto de força cemitério “calunga pequena”, mar “calunga grande” e cavernas.
*Saudação Atôtô (Significa “Silêncio, Respeito)
*Saúde Todas as partes do corpo (É o Orixá da Saúde)
*Símbolo Cruz
*Sincretismo São Roque (São Lázaro), Xapanã - Nosso Senhor dos Passos
*Toque Opanijê





Folhas

Abacaxi (ọ́pẹ òyìnbó)
Jaca
Agapanto
Agapanto Lilás
Agoniada
Alamanda
Alfavaca  (efínrin nla)
Alfavaca Roxa  (efínrín pupa)
Araticum de Areia  (àbo)
Baba de Boi  (tó)
Babosa  (ipòlẹrín)
Barba de Velho  (irùngbọ̀n)
Beldroega  (ṣẹ́gúnṣẹ́tẹ́)
Boldo Bahiano  (álùmọ́n)
Cabaça  (igbá)
Canela de Velho
Capixingui
Carobinha
Carobinha do Campo
Cebola do Mato
Celidônia maior
Cipó Chumbo  (awó pupá)
Coentro
Coerana
Cordão de Frade  (moborò)
Erva de Bicho  (eró igbin)
Erva de Passarinho  (àfòmọ́)
Erva de Passarinho  (àfòmọ́)
Erva de Santa Maria  (ewé imí)
Erva Grossa  (arójòkú)
Erva Moura  (ewé ègùnmò)
Gervão Roxo  (ewé ìgbole)
Hortelã Brava
Jenipapeiro  (bujè)
Jerivá
Jupati  (igi-ògòrò)
Mangue Vermelho
Maria Preta Verdadeira  (ewé sole)
Mastruço  (ewé iṣiniṣini)
Mato Pasto (àgbọ́là)
Melão de São Caetano  (ẹ́jìnrìn)
Milho Alho  (àgbàdo kékeré)
Musgo
Panacéia
Pata de Vaca  (abàfè)
Picão da Praia
Piteira imperial
Quebra Pedra  (ewé bíyẹmí)
Quitoco
Rabujo  (àpẹ̀jobí)
Sabugueiro  (àtòrìnà)
Samambaia  (ódán)
Sete Sangrias  (àmù)
Sumaré do Mato
Trombeteira  (dàgìrì dobo)
Urtiga Mamão
Urtiga Vermelha  (ewé jojofa)
Velame do campo
Velame verdadeiro
Alho  (ayò)
Coco de Purga
Estoraque Brasileiro
Figo Benjamim
Guararema
Sapê  (ẹ̀kan)
Sapê  (ẹ̀kan)





Sincretismos


São Roque


São Lázaro


Nosso Senhor dos Passos



Qualidades

Afoman /Akavan: Tem ligação com Èṣù.
Arinwarun (ou wariwaru): É um título de xapanan.
Azonsu / Ajansu / Ajunsu: Tem fundamentos com Òṣàlà, Òṣùmàrè e Ògún. É extrovertido. É ligado ao tempo, as estações do ano e ao culto da terra. É o verdadeiro dono do cuscuzeiro. Veste de vermelho, preto e branco, na perna esquerda leva uma pulseira de aço.
Azoani: É jovem, veste preto e branco, vermelho e estampados. Tem caminhos com Iroko, Òṣùmàrè, Yèmọnja e Ọya.
Arawe / Arapaná: Tem fundamento com Ọya.
Ajoji / Ajagun: Tem fundamentos com Ògún e Oṣoguian.
Avimaje / Ajiuziun: Tem fundamento com Nana e Ọ̀sónyìn.
Ahosuji / Segí: Tem ligação com Yèmọnja e Òṣùmàrè / Besén.
Afenan: É velho, dança curvado, veste a estopa e carrega duas bolsas de onde tira as doenças. Veste de amarelo e preto. Todas as plantas trepadeiras pertencem-lhe. Tem caminhos com Òṣùmàrè e Ọya, de quem é companheiro, dança cavando a terra com Intoto para depositar os corpos que lhe pertencem.
Intoto: Suas contas são vermelho e preto. É um Òrìsá cultuado em seu assentamento e não vira na cabeça de ninguém, pois não tem como cultua-lo. Antigamente recebia sacrifícios humanos, por tratar-se de um Òrìsá antropófago, come a carne e destroi os ossos. Foi esse OMOLÚ que brigou com OSOGUIAN. Caso apareça um ÌYÀWÒ desse Òrìsá, faz-se AZUANI ou ÒSUN. Da-se comida a terra. Esse Òrìsá é ABIKU, portanto não se raspa, pois representa o fundo da terra. Sòmente se assenta. Come com YEWÀ, Ọya e YKU. Seus assentos são cultuados ao lado de NÀNÁ e Yèmọnja. Pega-se um pouco de terra de cemitério e pôe-se no assento. Êle presta obediência a ÒSUN, por quem se apaixonou.Mora só e não aceita a faca, assim como NÀNÁ. Come porco preto, frangos, pombos de cor e galinha d'angola. Come no campo que tenha barro. Quando se faz o ÌYÀWÒ desse santo, todos os Òrìsás viram, exceto SÀNGÓ. Leva-se os bichos e as comidas de Yèmọnja, NÀNÁ e ÒÒSÀÀLÀ, bastante epo, acarajés, feijão preto com ovos cozidos, deburus ( a mesma coisa se faz com YEWÀ ) . Tudo dêle é com dendê. Sua comida : feijão preto com um ôvo cozido no meio, deburus ao redor ( feitos com milho de galinha ) , 9 ovos crus, 9 velas e 9 monsenhor. Pede-se a uma pessoa de ÒGÚN, Ọya ou OMOLÚ para apanhar várias folhas de mamona. Faz-se um buraco redondo de dois palmos, acende-se as velas ao redor e canta-se as rezas se fundamentos. Sacrifica-se o porco depois da reza, copa-se o bicho ali mesmo, pega-se as galinhas pucha-se os ORIS e coloca-se dentro, enfeitando com as comidas e cobrindo com as folhas de mamona. Já fora do campo, passa-se as folhas de mamona e os ovos, jogando-os e não olhando para trás. Para os assentos só se leva os bichos de penas. Além do campo dá-se comida lá fora, no assento dêle. Sete dias depois é que se faz o ÌYÀWÒ com outra qualidade de OMOLÚ. Ficam assim, dois assentos, um lá fora, de INTOTO e outro de AZUANI.
Posun/Posuru: É o mesmo Azunsun do Gege, louvado como Possun no ketu e na Angola, tanto é Iroko como Tempo. Come diretamente da terra. Sua dança mostra claramente sua ligação discreta com Èṣù e com a terra, dança com garras na mão. Tem caminhos com Intoto, Iroko e Ọya.
Savalu / Sapekó: Tem forte fundamento com Nanã.
Tetu / Etetu: É jovem e guerreiro. Come com Ògún e Ọya. Veste de branco, preto e vermelho.
Batuque

ṣàmpọ̀nná ou ṣapanáà ou ṣọ̀pọ̀nnaá: Aquele que pode nos matar com o fogo. É o mais antigo. É proibido falar seu nome. Na África quando se fala seu nome, coloca-se mel na boca. Come com Èṣù e tem fundamento nas encruzilhadas. Tem caminhos com Ọ̀ṣọ́ọ̀si e é o deus da varíola e das doenças de pele. Era êle quem dizimava nas aldeias. Suas contas são brancas e pretas. No dia de sua feitura tem que ser feito sete qualidades de comidas, pôr na folha de mamona e levar com uma vela para o campo. Êle leva dois ÌLÈKÈ ( quelê ) : um no pescoço e um na perna esquerda ( duas argolas de aço ) . No dia do recolhimento, leva-se o ÌYÀWÓ na porta do cemitério e da-se um sacudimento. Este santo é preparado no barro vermelho.


Vodun Jeje
Sakpatá - Vodun correspondente ao orixá Obalúwaìye


Nkisi Angola
Kaviungo - Nkisi correspondente ao orixá Obalúwaìye
Atribuições



Muitos associam o divino Obaluaê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas Obaluaê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o "Senhor das Passagens" de um plano para outro, de uma dimensão para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa






As características dos filhos de Obaluaê



Ao senhor da doença é relacionado um arquétipo psicológico derivado de sua postura na dança: se nela Ọmọlú/Obaluaê esconde dos espectadores suas chagas, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos em sua postura, a desgraça que o abate. No comportamento do dia-a-dia, tal tendência se revela através de um caráter tipicamente masoquista.

Arquetipicamente, lega a seus filhos tendências ao masoquismo e à autopunição, um austero código de conduta e possíveis problemas com os membros inferiores, em geral, ou pequenos outros defeitos físicos.

Pierre Verger define os filhos de Ọmọlú como pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida corre tranqüila para elas. Podem até atingir situações materiais e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.

No Candomblé, como na Umbanda, tal interpretação pode ser demais restritiva. A marca mais forte de Ọmọlú/Obaluaê não é a exibição de seu sofrimento, mas o convívio com ele. Ele se manifesta numa tendência autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma grande capacidade de somatização de problemas psicológicos (isto é, a transformação de traumas emocionais em doenças físicas reais), como numa elaboração de rígidos conceitos morais que afastam seus filhos-de-santo do cotidiano, das outras pessoas em geral e principalmente os prazeres. Sua insatisfação básica, portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si próprio, uma vez que ele foi estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição.

Em outra forma de extravasar seu arquétipo, um filho do Orixá , menos negativista, pode apegar-se ao mundo material de forma sôfrega, como se todos estivessem perigosamente contra ele, como se todas as riquezas lhe fossem negadas, gerando um comportamento obsessivo em torno da necessidade de enriquecer e ascender socialmente.

Mesmo assim, um certo toque do recolhimento e da autopunição de Ọmọlú/Obaluaê serão visíveis em seus casamentos: não raro se apaixonam por figuras extrovertidas e sensuais (como a indomável Iansã, a envolvente Ọ̀ṣun, o atirado Ògún) que ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao cônjuge de Ọmọlú/Obaluaê um papel mais discreto. Gostam de ver seu amado brilhar, mas o invejam, e ficam vivendo com muita insegurança, pois julgam o outro, fonte de paixão e interesse de todos.

Assim como Ọ̀sónyìn, as pessoas desse tipo são basicamente solitárias. Mesmo tendo um grande círculo de amizades, freqüentando o mundo social, seu comportamento seria superficialmente aberto e intimamente fechado, mantendo um relacionamento superficial com o mundo e guardando sua intimidade para si própria. O filho do Orixá oculta sua individualidade com uma máscara de austeridade, mantendo até uma aura de respeito e de imposição, de certo medo aos outros. Pela experiência inerente a um Orixá velho, são pessoas irônicas. Seus comentários porém não são prolixos e superficiais, mas secos e diretos, o que colabora para a imagem de terrível que forma de si próprio.

Entretanto, podem ser humildes, simpáticos e caridosos. Assim é que na Umbanda este Orixá toma a personalidade da caridade na cura das doenças, sendo considerado o "Orixá da Saúde.



O tipo psicológico dos filhos de Ọmọlú é fechado, desajeitado, rústico, desprovido de elegância ou de charme. Pode ser um doente marcado pela varíola ou por alguma doença de pele e é freqüentemente hipocondríaco. Tem considerável força de resistência e é capaz de prolongados esforços. Geralmente é um pessimista, com tendências autodestrutivas que o prejudicam na vida. Amargo, melancólico, torna-se solitário. Mas quando tem seus objetivos determinados, é combativo e obstinado em alcançar suas metas. Quando desiludido, reprime suas ambições, adotando uma vida de humildade, de pobreza voluntária, de mortificação.

É lento, porém perseverante. Firme como uma rocha. Falta-lhe espontaneidade e capacidade de adaptação, e por isso não aceita mudanças. É vingativo, cruel e impiedoso quando ofendido ou humilhado.

Essencialmente viril, por ser Orixá fundamentalmente masculino, falta-lhe um toque de sedução e sobra apenas um brutal solteirão. Fenômeno semelhante parece ocorrer no caso de Nanã: quanto mais poderosa e mais acentuada é a feminilidade, mais perigosa ela se torna e, paradoxalmente, perde a sedução.




Cozinha ritualística

Sarapatel

Ingredientes

1 alguidar grande;
velas brancas;
sangue de porco, rins, figado, coração e bucho;
carne seca;
sal;
pimenta;
Azeite de dendê;
farinha de mandioca crua.
Preparo

Algumas horas antes de preparar o prato, coloque o sangue de porco, que foi aparado para aferventar com um pouco de água. Deixe nesse processo bastante tempo.

Limpe e lave bem todos os miúdos do porco, menos o sangue. Corte tudo em pedaços e afervente. Refoque no azeite as cebolas batidinhas, até dourar. Vá juntando os miúdos e o bucho. Tempere com sal e pimenta, acrescentando água. Deixe cozinhando até amolecer bem.

Feito isso, junte a carne secva e o sangue, já preparado na panela, mexendo com uma colher de pau, para esfarelar. Coloque o sarapatel no alguidar (préviamente lavado com agua e mel). Enfeite com rodelas de cebola e farinha de mandioca.

Oferecer essa comida num campo reto, embaixo de uma árvore, ou no templo. Acenda uma vela, fazendo pedidos de uma vida estável, sadia, e pedindo que todas as enfermidades sejam curadas.

Inhame com pipoca

Ingredientes

1 balaio de palha grande;
velas brancas;
2 ou 3 kg de milho de pipoca;
3 inhames grandes;
1 coco;
Azeite de dendê ou oliva.
Preparo

Cozinhar o inhame inteiro e sem casa. Estourar as pipocas no azeite, até encher o balaio. Coloque os inhames cozidos em cima das pipocas. Enfeite com o coco em tiras.

Oferecer essa comida num campo reto, embaixo de uma árvore, ou no templo. Acenda uma vela, fazendo pedidos de uma vida estável, sadia, e pedindo que todas as enfermidades sejam curadas.

Pipoca para Obaluaê

Ingredientes

1 balaio de palha grande;
velas brancas;
2 ou 3 kg de milho de pipoca;
1 coco;
3 cabaças;
mel;
Azeite de dendê.
Preparo

Corte a ponta das três cabaças e limpe-as por dentro. Coloque mel na primeira cabaça, dendê na segunda e água na terceira, deixando todas tampadas. Estoure as pipocas, até encher o balaio. Ponha as cabaças em cima da pipoca com as tampas para cima. Enfeite com coco em pedaços.

Oferecer essa comida num campo reto, embaixo de uma árvore, ou no templo. Acenda uma vela, fazendo pedidos de uma vida estável, sadia, e pedindo que todas as enfermidades sejam curadas.

Aberém

Ingredientes

Farinha de Milho Branca;
Folha de Bananeira;
Tigela Branca;
velas brancas;
Preparo

Coloque a farinha de milho branca a ferver em banho maria sempre mexendo para não embolar, fazer bolinhos e colocar em folhas de bananeira. Amarrar e distribuir na tigela em número de 12.

Oferecer essa comida num campo reto, embaixo de uma árvore, ou no templo. Acenda uma vela, fazendo pedidos de uma vida estável, sadia, e pedindo que todas as enfermidades sejam curadas.

Feijão Preto

Ingredientes

Feijão Preto;
velas brancas;
Azeite de dendê.
Preparo

Cozinha-se o feijão preto, só em água, e depois refoga-se cebola ralada, camarão seco e Azeite-de-Dendê, misturando ao feijão.

Oferecer essa comida num campo reto, embaixo de uma árvore, ou no templo. Acenda uma vela, fazendo pedidos de uma vida estável, sadia, e pedindo que todas as enfermidades sejam curadas.

Deburú

Ingredientes

Milho de Pipoca;
Areia Lavada.
Preparo

Colocar em uma panela de ferro ,areia lavada , deixar esquentar para em seguida por um punhado de milho de pipoca.Após pipocar , retirar as que estiverem mais abertas, e colocar em prato branco.

Oferecer essa comida num campo reto, embaixo de uma árvore, ou no templo. Acenda uma vela, fazendo pedidos de uma vida estável, sadia, e pedindo que todas as enfermidades sejam curadas.

Olubajé

Olubajé (Olu - aquele que, ba - aceita, jé - comer ou ainda aquele que come

O Olubajé, não é uma comida específica, mas sim um banquete oferecido à Obaluaê.

São oferecidos pratos de aberém (milho cozido enrolado em folha de bananeira), carne de bode e pipocas.

Seus "filhos" devidamente "incorporados" e paramentados oferecem as mesmas aos convidados/assistentes desta festa.

É uma oferenda coletiva para os Orixás da Terra e suas ligações - Ọmọlú/Obaluaê, Nana e Òṣùmàrè, é aguardada durante todo o ano com muito entusiasmo, pois é nesta oferenda que os iniciados ou simpatizantes irão agradecer por mais um ano que passaram livre de doenças e pedir por mais um período de saúde, paz e prosperidade.

A celebração oferece aos participantes um vasto cardápio de "comidas de santo", e, após todos comerem, participam de uma limpeza espiritual, que evoca a proteção destas divindades por mais um ano na vida de cada um.

É uma das cerimônias mais importantes do Candomblé, e relembra a lenda da festa que ocorria na terra de Obaluaê, com todos os Orixás, na qual ele não podia entrar. (ver lenda mais abaixo).




Lendas



Orixá da cura, continuidade e da existência !!!

Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro. Ògún, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaê entrou, mas ninguém se aproximava dele. Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situação de Obaluaê e dele se compadecia. Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão. O xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado. Os orixás dançavam alegremente com suas ekedes. Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaê, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador. Obaluaê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos dos mortos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.

Xapanã, rei de Nupê.

Xapanã, originário de Tapa, leva seus guerreiros para uma expedição aos quatro cantos da terra. Uma pessoa ferida por suas flechas ficava cega, surda ou manca, Obaluaê-Xapanã chega ao território de Mahi no norte de Daomé, matando e dizimando todos os seus inimigos e começa a destruir tudo o que encontra a sua frente. Os Mahis foram consultar um Babalaô e o mesmo ensinou-os como fazer para acalmar Xapanã. O Babalaô diz que estes deveriam tratá-lo com pipocas, que isso iria tranqüiliza-lo, e foi o que aconteceu. Xapanã tornou-se dócil. Xapanã contente com as atenções recebidas mandou construir um palácio onde foi viver e não mais voltou ao país Empê. O Mahi prosperou e tudo se acalmou.

As duas Mães de Obaluaê

Filho de Òṣàlà e Nanã, nasceu com chagas, uma doença de pele que fedia e causava medo aos outros, sua mãe Nanã morria de medo da varíola, que já havia matado muita gente no mundo. Por esse motivo Nanã, o abandonou na beira do mar. Ao sair em seu passeio pelas areias que cercavam o seu reino, Yèmọnja encontrou um cesto contendo uma criança. Reconhecendo-a como sendo filho de Nanã, pegou-a em seus braços e a criou como seu filho em seus seios lacrimosos. O tempo foi passando e a criança cresceu e tornou um grande guerreiro, feiticeiro e caçador. Se cobria com palha da costa, não para esconder as chagas com a qual nasceu, e sim porque seu corpo brilhava como a luz do sol. Um dia Yèmọnja chamou Nanã e apresentou-a a seu filho Xapanã, dizendo: Xapanã, meu filho receba Nanã sua mãe de sangue. Nanã, este é Xapanã nosso filho. E assim Nanã foi perdoada por Ọmọlú e este passou a conviver com suas duas mães.

Saiba Mais

Candomblé

Òrìṣà Jagun
Umbanda

Umbanda - Ọbalúwaìye - Trono da Evolução
Umbanda - Ọmọlú - Trono da Geração
Mitologia

Mitologia Grega - Hades
Mitologia Hindu - Shiva
Mitologia Egipcia - Anúbis
Vocabulário

ỌBALÙWÀIYÉ  n., div.   | óbalùuàiié  | [Ọba = Rei + olúwa = Senhor+ ayé = Terra]  Orixá Obalùwàiyé. Rei e senhor da Terra
ỌMỌLÚ  Trad. Lit. Filho do Senhor n., div.   | ómólú  | [ọmọ = (Filho) + olúwa = (Senhor)]  Orixá Omọlu
ṢÀṢÀRÀ  s.,(instr. rit.)   | xàxàrà  | insignia de ọmọlu, feixe de nervuras das folhas do dendezeiro
ṢÀṢÀRÀ-ỌWỌ  s.,(instr. rit.)   | xàxàrà-óuó  | insignia de ọmọlu, feixe de nervuras das folhas do dendezeiro


Referências

Sociedade Espiritualista Mata Virgem

quarta-feira, 13 de março de 2013

Nanã







Divindade de origem jeje, mãe de Omolu e Oxumarê, é a mais velha dos orixás femininos e por isso é muito respeitada. É a orixá das águas paradas .
Nanã é a orixá mais velha do panteon do Candomblé, sendo que em algumas regiões é revernciada antes de Oxalá, por ser a dona da morte e da sabedoria.
No Candomblé Ketu é cultuada como um orixá
da chuva, das águas paradas, mangue, pântano,
terra molhada, lama é considerada a mãe dos 

orixás Obaluaiyê, Iroko, Osanyin, Oxumarê e Yewá.
Nanã é chamada carinhosamente de “Avó”, por ser usualmente imaginada como uma anciã. É cultuada em todo o Brasil nas religiões Afro-brasileiras. Seu emblema é o Ibiri que caracteriza sua relação com os espíritos ancestrais. Como “Mãe-Terra Primordial” dos grãos e dos mortos,

Em sua passagem pela Terra, foi a primeira Iyabá e a mais vaidosa, em nome da qual desprezou seu filho primogênito com Oxalá, Omulú, por ter nascido com várias doenças de pele. Não admitindo cuidar de uma criança assim, acabou abandonando-o no pântano. Sabendo disso, Oxalá condenou-a a ter mais filhos, os quais nasceriam anormais (Oxumarê, Ewá e Ossaim), e a baniu do reino, ordenando-lhe que fosse viver no mesmo lugar onde abandonou seu pobre filho, no pântano.
Nanã tornou-se uma das Iyabás mais temidas, tanto que em algumas tribos quando seu nome era pronunciado todos se jogavam ao chão. Senhora das doenças cancerígenas, está sempre ao lado do seu filho Omulú. Protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais.
A mais velha divindade do panteão, associada às águas paradas, à lama dos pântanos, ao lodo do fundo dos rios e dos mares. O único Orixá que não reconheceu a soberania de Ògún por ser o dono dos metais. É tanto reverenciada como sendo a divindade da vida, como da morte. Seu símbolo é o Íbíri - um feixe de ramos de folha de palmeira com a ponta curvada e enfeitado com búzios.

Nana é a chuva e a garoa. O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu elemento, uma limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá.

Nanã Buruquê representa a junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia, a água da terra por mando de Deus, sendo portanto também sua criação simultânea a da criação do mundo.

Com a junção da água e a terra surgiu o Barro.
O Barro com o Sopro Divino representa Movimento.
O Movimento adquire Estrutura.
Movimento e Estrutura surgiu a criação, O Homem.
 Sendo ela responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao primeiro homem e de todos os seres viventes da terra, e da continuação da existência humana e também da morte, passando por uma transmutação para que se transforme continuamente e nada se perca.

Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora perigosa e vingativa, ora praticamente desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido, principalmente ressentido.

Orixá que também rege a Justiça, Nanã não tolera traição, indiscrição, nem roubo. Por ser Orixá muito discreto e gostar de se esconder, suas filhas podem ter um caráter completamente diferente do dela. Por exemplo, ninguém desconfiará que uma dengosa e vaidosa aparente filha de Ọ̀ṣun seria uma filha de Nanã "escondida".

Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas dos que Ọ̀ṣun colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido.

A senhora do reino da morte é, como elemento, a terra fofa, que recebe os cadáveres, os acalenta e esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada de muitos mistérios no culto e tratada pelos praticantes da Umbanda e do Candomblé, com menos familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ògún e Xangô, por exemplo.

Muitos são portanto os mistérios que Nanã esconde, pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino - e a responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem a invoca em geral sempre a mesma relação austera que mantém com o mundo.

Nanã forma par com Ọbalúwaìye. E enquanto ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar, ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético ao tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação.

Este mistério divino que reduz o espírito, é regido por nosso amado pai Ọbalúwaìye, que é o "Senhor das Passagens" de um plano para outro.

Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.

Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a "memória" dos seres. E, se Ọ̀ṣọ́ọ̀si aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.

Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Ọ̀ṣun estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.

Esta grande Orixá, mãe e avó, é protetora dos homens e criaturas idosas, padroeira da família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas.

Quando dança no Candomblé, ela faz com os braços como se estivesse embalando uma criança. Sua festa é realizada próximo do dia de Santana, e a cerimônia se chama Dança dos Pratos.


Origem

Nanã, é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela mitologia iorubá, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé (atual Republica do Benin) , assimilando sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida.

Resumindo esse processo cultural, Òṣàlà (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá (mito igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume a figura de mãe dos filhos daomeanos, nunca se questionando a paternidade de Òṣàlà sobre estes também, paternidade essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Òṣàlà obviamente não existia. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral que se mostra anterior à descoberta do fogo). Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores ao encontro de Òṣàlà e Iemanjá.

É neste contexto, a primeira esposa de Òṣàlà, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Ọbalúwaìye) e Oxumarê.



Características

Animais Cabra, Galinha ou Pata. (Brancas)
Bebida Champanhe
Chakra Frontal e Cervical
Comidas Feijão Preto com Purê de Batata doce. Aberum. Mungunzá
Dóbóró
Ebó
Cor Roxa ou Lilás (Em algumas casas: branco e o azul)
Data Comemorativa 26 de julho
Dia da Semana Terça Feira
Elemento Água
Essências Lírio, Orquídea, limão, narciso, dália.
Fio de Contas Contas, firmas e miçangas de cristal lilás.
Flores Todas as flores roxas.
Incompatibilidades Lâminas, multidões.
Instrumento Ibiri
Metal nenhum
Numero 13
Odu EJÍ OLÒGBÓN
Pedras Ametista, Cacoxenita, Tanzanita, Feldspato
Planeta Lua e Mercúrio
Pontos da Natureza Lagos, águas profundas, lama, cemitérios, pântanos
Qualidades Ologbo, Borokun, Biodun, Asainán, Elegbe, Susure
Saudação Saluba Nanã
Saúde Dor de cabeça e Problemas Intestino
Símbolo Chuva; Ibiri
Sincretismo Nossa Senhora Santana
Folhas

Abacá (ọ̀gẹ̀dẹ̀)
Abiu Roxo (osàn ẹ̀dùn)
Banana (ọ̀gẹ̀dẹ̀)
Jaca
Maçã (èso òro òyìnbó)
Melancia  (bàrà)
Melão (ẹ̀gúsí)
Uva (èso àjara)
Agapanto
Agapanto Lilás
Aguapê  (ẹja ọmọde)
Altéia
Angelim Amargoso
Arnica Brasileira  (tamandí)
Avenca
Batatinha  (kúrúkúrú)
Bertalha  (ẹ̀fó òyìbó)
Cedrinho
Cipó Chumbo  (awó pupá)
Erva de Passarinho  (àfòmọ́)
Erva de Passarinho  (àfòmọ́)
Gervão Roxo  (ewé ìgbole)
Inhame Selvagem  (iṣu kókò)
Jacinto D'Agua  (eresí momin pala)
Jupati  (igi-ògòrò)
Língua de Galinha  (àlùpàyídá)
Língua de Galinha  (àlùpàyídá)
Mãe Boa  (ìyábeyín)
Malva Rosa
Manacá
Melão de São Caetano  (ẹ́jìnrìn)
Milho Alho  (àgbàdo kékeré)
Morcegueira
Pata de Vaca  (abàfè)
Pata de Vaca Rosa  (abàfè)
Pata de Vaca Roxa  (abàfè)
Pau Conta  (apà-ìgbó)
Quaresma
Quitoco
Salsa Brava  (gbọ̀rọ̀ ayaba)
Salsa da Praia  (gbọ̀rọ̀ ayaba)
Sete Sangrias  (àmù)
Taioba  (bàlá)
Viuvinha  (ileke opolo)
Cipreste  (igi ikú)
Embaúba  (àgbaó)
Embaúba - Branca  (àgbaó)
Macieira (òro òyìnbó)
Malva Roxa  (elu)


Atribuições

A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova "vida", já mais equilibrada.

Qualidades

Todas as Nanã parecem se destacar pela falta de beleza, pela ausência de feminilidade, pela seriedade e a austeridade, assim pelo caráter velho, independentemente de sua idade real, diferem-se uma das outras pelo grau de agressividade

  1. Iyabahin: É uma das qualidades mais temida. (Orixá da varíola). Uma qualidade que veio de Daomé, usa o vermelho (representa um tipo de mulher sem beleza e sem graça, pesada, desajeitada, o que representa mais a sua idade) ligada a terra, ela apresenta traço com Odudowá, é rabugenta, vingativa e implacável em rigorosos principios morais, guardiã, severa dos bons constumes, zela em particular pela honestidade e o respeito pela palavra dada. Extraordináriamente trabalhora e eficiente, mas intolerante e invejosa. A prosperidade alheia para ela é uma provocação, bão importa o luxo, o ócio, a vaidade. Seus hábitos são áusteros, despojados, e ela não admite brincadeiras. Geralmente não gosta de homens, representa o tipo de viúva ou da desquitada, que trabalhou a vida inteira para educar os filhos. Iyábahin é inegavelmente um tipo autoritário, agressivo e dominador.
  2. Obaya ou Obáíyá: É ligada a água e a lama. Mora nos pântanos; usa contas cristal vestes lilás e veio do país Baribae. Obayá constitui, como o precedente um tipo de mulher desprovida de encantos, austera, velha por temperamento. Independentemente de sua idade cronológica. É fechada, introvertida e calma. Lenta para irritar-se, e mais lenta ainda para perdoar e esquecer. Leal e honesta, não tolera imoralidade, mentira, nem traição. Sabe guardar segredos e odeia indiscrição. Não tem vida sexual ou amorosa. Mas é um tipo simpático e mais meigo queIyábahin, é maternal, carinhosa, sábia, mãe e avó gemerosa e devotada. Ama profundamente as crianças e é boa educadora.
  3. Adjaoci ou Ajàosi: É uma Nanã guerreira e agressiva que veio de Ifé, as vezes confundida com Obá. Mora nas águas doces e veste-se de azul. Também representa um tipo de mulher sem beleza e sem juventude, trabalhadora e combativa séria, perseverante, sem vaidade, boa cozinheira, boa educadora, uma tia ou uma avó eficiente e prestativa, mas severa. Situa-se a meio caminho entre a rigidez de Iyábahin e a meiguice de Obayá.
  4. Opará: Veio de Ketu. É a mãe de Omulú, ligada a terra, temida, agressiva e irascível. Constitui um tipo bastante parecido com Iyabahin
  5. Ajapá: (Guardiã da Mata), é um Orixá bastante temido, ligado a lama e à morte, e a terra. É associada às profundezas da terra, aos mistérios da morte e do renascimento. Destaca-se como enfermeira; cuida dos velhos e dos doentes, toma conta dos moribundos. Nela predomina a razão, a providência, a economia, a tendência a adquirir e acumular bens.
  6. Buruku: Também é chamada OLÚWAIYE (senhora da terra), ou OLÒWÓ (senhora do dinheiro) ou ainda OLUSEGBE. Este Orixá veio de Alomey; ligado à água doce dos pântanos, usa um ibirí azul. É uma das qualidades mais conhecidas de Nanã, bastante semelhante a Ajaosi, o tipo que ela representa é de uma mulher boa, simples, discreta, sem vaidade, maternal e generosa mas severa e pouco paciente.
  7. Nanã Abenegi: Dessa Nanã nasceu o Ibá Odu, que é a cabaça que traz Oxumarê, Ọ̀ṣọ́ọ̀si Olodé, Ọya e Yemanjá.
  8. Nanã Asainan: Provisoriamente sem dados inerentes a este caminho do Orixá Nanã.
  9. Nanã Omilaré: É a mais velha, acredita-se ser a verdadeira esposa de Òṣàlà. Associada aos pântanos profundos e ao fogo. É a dona do universo, a verdadeira mãe de Omolu Intoto. Veste musgo e cristal.
  10. Nanã Savè: Veste-se de azul e branco, e usa uma coroa de búzios.

Características dos Filhos de Nanã





Uma pessoa que tenha Nanã como Orixá de cabeça, pode levar em conta principalmente a figura da avó: carinhosa às vezes até em excesso, levando o conceito de mãe ao exagero, mas também ranzinza, preocupada com detalhes, com forte tendência a sair censurando os outros. Não tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais pequenos incidentes e transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, tem uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã, através de seus filhos-de-santo, vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar as vontades e necessidades dos outros.

Às vezes porém, exige atenção e respeito que julga devido mas não obtido dos que a cercam. Não consegue entender como as pessoas cometem certos enganos triviais, como optam por certas saídas que para um filho de Nanã são evidentemente inadequadas. É o tipo de pessoa que não consegue compreender direito as opiniões alheias, nem aceitar que nem todos pensem da mesma forma que ela.

Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões, mantém-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.

Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã, um pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejarem a volta de situações do passado, modos de vida que já se foram. Querem um mundo previsível, estável ou até voltando para trás: são aqueles que reclamam das viagens espaciais, dos novos costumes, da nova moralidade, etc.

Quanto à dados físicos, são pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente têm.

Os filhos de Nanã são calmos e benevolentes, agindo sempre com dignidade e gentileza. São pessoas lentas no exercício de seus afazeres, julgando haver tempo para tudo, como se o dia fosse durar uma eternidade. Muito afeiçoadas às crianças, educam-nas com ternura e excesso de mansidão, possuindo tendência a se comportar com a indulgência das avós. Suas reações bem equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça, com segurança e majestade.

O tipo psicológico dos filhos de NANÃ à introvertido e calmo. Seu temperamento é severo e austero. Rabugento, é mais temido do que amado. Pouco feminina, não tem maiores atrativos e à muito afastada da sexualidade. Por medo de amar e de ser abandonada e sofrer, ela dedica sua vida ao trabalho, à vocação, à ambição social.

Uma pessoa que tenha Nanã como Orixá de cabeça, pode levar em conta principalmente a figura da avó: carinhosa às vezes até em excesso, levando o conceito de mãe ao exagero, mas também ranzinza, preocupada com detalhes, com forte tendência a sair censurando os outros. Não tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais pequenos incidentes e transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, tem uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã, através de seus filhos-de-santo, vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar as vontades e necessidades dos outros.

Às vezes porém, exige atenção e respeito que julga devido mas não obtido dos que a cercam. Não consegue entender como as pessoas cometem certos enganos triviais, como optam por certas saídas que para um filho de Nanã são evidentemente inadequadas. É o tipo de pessoa que não consegue compreender direito as opiniões alheias, nem aceitar que nem todos pensem da mesma forma que ela.

Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões, mantém-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.

Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã, um pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejarem a volta de situações do passado, modos de vida que já se foram. Querem um mundo previsível, estável ou até voltando para trás: são aqueles que reclamam das viagens espaciais, dos novos costumes, da nova moralidade, etc.

Quanto à dados físicos, são pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente têm.

Os filhos de Nanã são calmos e benevolentes, agindo sempre com dignidade e gentileza. São pessoas lentas no exercício de seus afazeres, julgando haver tempo para tudo, como se o dia fosse durar uma eternidade. Muito afeiçoadas às crianças, educam-nas com ternura e excesso de mansidão, possuindo tendência a se comportar com a indulgência das avós. Suas reações bem equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça, com segurança e majestade.

O tipo psicológico dos filhos de NANÃ à introvertido e calmo. Seu temperamento é severo e austero. Rabugento, é mais temido do que amado. Pouco feminina, não tem maiores atrativos e à muito afastada da sexualidade. Por medo de amar e de ser abandonada e sofrer, ela dedica sua vida ao trabalho, à vocação, à ambição social.



Cozinha ritualística

Dóbóró

Ingredientes

2k de feijão fradinho
500ml de dendê
2 cebolas grandes descascadas e trituradas ou raladas
300g de camarão seco triturado
Sal a gosto
Preparo

Colocar de de molho o feijão depois de escolhido devidamente, algumas horas antes de descascar. Depois descascar um a um retirando o olho do feijão e a película que envolve o grão. Levar o refogado ao fogo de dendê, cebola e camarão, depois misturar com cuidado o feijão no refogado para que não se separe a banda, e não quebre o feijão mexendo lentamente com a colher de pau. Deixar esfriar, colocar em vasilha de barro ou louca e estará pronto

Ebó

Ingredientes

500g de quirerinha branca
1 coco
azeite de oliva
Preparo

Cozinhe a quirerinha com bastante água para que ela fique meio "papa", tempere com oliva, coloque em uma tigela de louça, descasque, rale o coco com ele e cubra a quirerinha.

Canjica branca

Canjica branca cozida, leite de coco. Colocar a canjica em tigela de louça branca, despejando mel por cima, e uvas brancas, se desejar.

Berinjela com inhame

Berinjela aferventada e cortada verticalmente em 4 partes; Inhames cozidos em água pura, com casca, e cortados em rodelas.; Arrumados em um alguidar vidrado, regado com mel.

Sarapatel

Lava-se miúdos de porco com água e limão. Corta-se em pedaços pequenos e tempera-se com coentro, louro, pimenta do reino, cravos da índia, caldo de limão e sal. Cozinha-se tudo no fogor. Quando tudo estiver macio, junta-se sangue de porco e ferve-se. Sirve-se, acompanhado de farinha de mandioca torrada ou arroz branco.

Paçoca de amendoim

Amendoins torrados e moídos misturados com farinha de mandioca crua, açúcar e uma pitada de sal.

Efó

Ferve-se 1 maço bem grande de língua de vaca, espinafre ou beterraba. Depois amassar até virar um purê; Passa-se por uma peneira e espalhe a massa para evaporar toda a água; Depois de seca, coloca-se numa panela, junto com azeite de dendê, camarões secos, pimenta do reino, cebola, alho e sal. Cozinha-se com a panela tampada e em fogo baixo; É servido com arroz branco.

Aberum

Milho torrado e pilado.

Obs. Nanã também recebe:Calda de ameixa ou de figo; melancia, uva, figo, ameixa e melão, tudo depositado à beira de um lago ou mangue.

Lendas de Nanã

Como Nanã ajudou na Criação do Homem

Dizem que quando Ọlọ́run encarregou Òṣàlà de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Orixá tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Òṣàlà a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã. Òṣàlà criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Ọlọ́run ele caminhou. Com a ajuda dos Orixá povoou a Terra. Mas tem um dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã. Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu.



Oriki

Okiti Kata, ekùn A Pa Eran Má Ni Yan
Okiti Katala leopardo que mata um animal e o come sem assá-lo.

Olu Gbongbo Ko Sun Ebi Eje
Dono de uma bengala, não dorme e tem sede de sangue.

Gosungosun On Wo Ewu Eje
Salpicado com Osun, seu traje parece coberto de sangue

KO Pá Eni Ko Je Oka Odun
Ele só poderá comer massa no dia da festa, se tiver matado algúem.

A Ni Esin O Ni Kange
Ele tem o cavalo, ele tem o quizo.

Odo Bara Otolu
Rio

Omi a Dake Je Pa Eni
Água adormecida que mata alguém sem preveni-lo

Omo Opara Ogan Ndanu
Filho de Opara

Sese Iba O
Orixá , respeito

Iba Iye Ni Mo Mo Je Ni Ko Je Ti Aruní
Louvo a vida e não a cabeça

Emi Wa Foribale Fun Sese
Venho prosternar-me diante do Orixá.

Oluidu Pe O papa
Presto homenagem aos ancestrais.

Ele Adie Ko Tuka
Aquele que tem frango, não depena vivo

Yeye Mi Ni Bariba Li Akoko
Minha mãe estava primeiramente em Bariba

Emi Ako Ni Ala Mo Le Gbe Agada
Eu o primeiro a poder usar a espada.

Emi A Wa Kiyà Onile Ki Ile
Venho saudar o dono da terra para que ele me proteja.



Ọba Ṣàngó o !
Rei Xângô Oh!

má gbàgbé àwa
Não se esqueça de nós

bàbá ọmọ kí ngbàgbé ọmọ
Um pai não esquece de seus filhos

a dúpẹ́ bàbá mi Ṣàngó
Agradecemos ao meu Pai Xângo